sábado, 20 de janeiro de 2018

Intolerância ao direito de errar

Inicio este texto pedindo a quem for lê-lo que se dispa de quaisquer rancores acerca do episódio "William Waack". Ele errou, sim. Mas será que isso o torna uma pessoa racista?

Antes de mais nada, recomendo que assistam a entrevista dele, concedida à Veja, no dia 15/01/2018.



Pois bem, foi uma entrevista de repercussão macro, se assim posso dizer, tendo em vista que todos os que o criticaram pelo infeliz episódio (o qual ele mesmo se arrepende profundamente, explicando que não era a intenção ser racista), sequer imaginaram que poderiam - e provavelmente já cometeram - o mesmo erro que ele: fazer uma piada racista, sem ao menos imaginar que a fez. Calma, não estou defendendo o racismo. Sou totalmente contra qualquer ato neste sentido. Sou contra a infeliz piada proferida pelo repórter William Waack, todavia não sou contra perdoa-lo por ter cometido um vacilo - até porque ele mesmo pede perdão por ter feito tal piada.




Ocorre que, geralmente quando as pessoas cometem tal racismo (e imagino que praticamente em 99% das vezes, sequer devem imaginar que o estão cometendo), não são julgadas pela grande parte da sociedade - pelo contrário, devem arrancar risos dos seletos amigos/colegas que presenciam a piada com um "racismo não intencionado".

Termo interessante este: "racismo não intencionado". Ora, não somos nós educados desde pequenos que o normal é ser branco, enquanto o oposto à normalidade é ser negro, índio, asiático, mulato, etc, e, assim, aderir ao "diferente" a carga de sua "raça"? O racismo nasce a partir do momento em que você o reconhece!


Este posicionamento está bem mais claro na entrevista que a pesquisadora Lia Vainer Schucman concedeu ao The Intercept Brasi: “VER O RACISMO COMO UM ‘PROBLEMA DOS NEGROS’ É UM PRIVILÉGIO DOS BRANCOS”, como se observa no trecho abaixo:

A raça é um conceito construído no século 19 por uma pseudociência que vai dizer que um determinado fenótipo vai ter uma continuidade moral, intelectual, estética. Falar em identidade racial branca é falar que há significados histórico-culturais construídos sobre o fenótipo branco – fenótipo que terá atribuições morais, intelectuais e estéticas que trazem uma ideia de civilização por trás. Esse conceito de raça foi construído com uma ideia fictícia de superioridade: o próprio grupo que inventou o conceito (brancos europeus) hierarquizou e disse que algumas atribuições eram melhores do que outras. Então, os brancos se colocaram em uma posição de superioridade em relação a outros grupos.
Ruth Frankenberg, teórica britânica do tema, diz que a branquitude que é um “lugar confortável, onde você olha os outros através da lente que você não olha a si mesmo”, e esta lente é a raça. Olham-se os negros como um grupo racializado, os indígenas como grupo racializado, mas os brancos como indivíduos. A branquitude é uma racialidade que se compõe desta noção de raça construída no século XIX, mas que não é vista enquanto tal: é vista como neutra. E, além de neutra, ela blinda aos brancos a ideia do que é negativo. Mesmo que os brancos europeus tenham feito a escravização de negros e indígenas, o genocídio dos judeus, a colonização da África e do Oriente, eles aparecem no imaginário como continente civilizatório, enquanto a África aparece como o continente da “barbárie”.


E vai uma experiência vivida por mim, acerca deste tema racista: Estava eu, branco, trajado de social, no Juizado Especial da comarca de Betim/MG, no setor de distribuição. Percebi, de relance, uma pessoa ser atendida, provavelmente postulando alguma demanda. Ocorre que, esta pessoa era um mulher, negra, trajando vestimentas simples e, dentro da bolsa que portava, percebi três malabares: concluindo, de cara julguei ser uma moradora de rua. Juro, foi de forma inconsciente! Meu cérebro, automaticamente, direcionou meu raciocínio para este lado.

No mesmo instante, eu me policiei: desferi-me um tapa-na-cara-psicológico, repreendi meu raciocínio automático, e me retirei o direito de pré-julgar aquela pessoa que estava ali, que eu sequer conhecia, não sabia de onde vinha e nem pra onde ia.

Desde então, e com mais afinco, venho me policiando acerca destas trapaças que a mente causa. Ser racista, muitas vezes, não é um ato racional. Como a própria pesquisadora supracitada diz, em outras palavras, somos diariamente educados, desde pequenos, a ser, de forma velada, racistas, quando reconhecemos que a "branquidade" é o padrão a ser seguido.

Pois bem, voltando ao raciocínio da intolerância, espero ter sido claro: não defendo piadas racistas, isso jamais. Mas devemos exercitar a mente a não ser racista. É importante exercitar a empatia, de se colocar no lugar do outro. De reconhecer que qualquer um pode cometer um erro, assim como o William Waack cometei e, de forma bastante interessante, pediu desculpa.

A aversão aqui postulada é a de utilizar dos argumentos "racismo", "camisa do time", "posicionamento político ou religioso", etc, para impor uma moral/vontade subjetiva - e quando falo de "moral/vontade subjetiva", digo "moral" e "vontade" misturadas, inerentes ao sujeito, inerentes à vontade deste, de sobrepor seu posicionamento ao posicionamento alheio, como se fosse a única pessoa certa no universo.



No mais, espero que esta fase precoce (muitas vezes imatura, na qual a liberdade de expressão, os direitos individuais, estão sendo suprimidos, devido ao alto nível de intolerância, em praticamente todas as esferas sociais) passe, e que as pessoas pratiquem mais a empatia, entendendo que podem cometer o mesmo erro outrora julgado prematuramente.

Att. Emanuel Bessa

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Primeiramente, me desculpe por alguma pontuação mal aplicada, só queria escrever algo mesmo. É... acho que destreinei mesmo de escrever. Faz tempo que não visito isso aqui.

Esses dias estava vasculhando algumas coisas aqui em meu quarto: velhos desenhos rabiscados; fichas de cervejas que esqueci de beber; cartões de visita de lugares que nunca liguei/ligarei; ingressos de alguns shows que fui; livros que não são meus (sequer sei de quem são, pra falar a verdade); poucos cartões de pessoas que me desejaram um feliz aniversário ou natal, ou um de uma amiga que estava fazendo intercâmbio no exterior; etc...

Não sei se por acaso ou destino - na verdade sei sim, foi por acaso. Não acredito nesse negócio de destino - achei uma carta, de 2012, de uma pessoa que, no mínimo, tive muito apreço e admiração.

Hey you...
(together we stand, divided we fall)
"Eu não acredito em influências cósmicas". Foi o que você disse, zombando de uma das descrições das redes sociais dela, em que ela usou o signo como adjetivo. E tomaram esse caminho, você defendendo a não influência da astrologia em qualquer coisa e falando sobre livre arbítrio, e ela, que nunca levou o horóscopo a sério, defendendo os signos, seus ascendentes e previsões, só pelo prazer. De discutir. De discordar de você.
Só que sem perceber, vocês pularam para outro assunto, e desse para outro e do outro pra mais outro. Falam sobre música e literatura, o último jogo do Cruzeiro, você viu? Esse sim é meu time! Daí pra Banksy ou Pink Floyd. Ela ri e diz que você só usa xadrez e azul. Você a chama de pentelha e diz o quanto ela consegue ser irritante, sabendo que ela vai querer te irritar ainda mais. Depois dão uma volta na cidadezinha que gostam tanto, costuram cenas da infância. Falam de trabalhos e planos. Talvez de amor. E falam besteira. Uma atrás da outra. Assim, porque é divertido. Porque não precisa ser sério. Você gosta, porque sabe que ela sempre tem uma resposta, mesmo que sua pergunta não faça nenhum sentido. E você sabe que ela gosta, porque porque ela gosta muito - muito mesmo - de tudo que foge do óbvio, que não tem sentido aparente e que pode rimar. Ela nasceu poeta e gosta de tudo aquilo que cabe no poético.
E você sabe também que sua solidão - as vezes desejada, as vezes necessária e até boa, quando não tão fria - coube nas palavras dela. Daí virou texto, virou poesia. Ela se abriu pra você, em letrinhas. Que juntas formavam palavras e frases, que formavam sentimentos. O sentimento dela. Você também deu seus versos pra ela. Acho que foi mais ou menos aí e desse jeito, que o mundo explodiu em palavras.
Tudo isso ai você sabe. Sabe também que ela gostou de você, mesmo que não num primeiro momento. Na verdade, à primeira vista, ela te achou muito rápido e meio fora de órbita. Impressão que foi confirmada mais tarde. Mas ela gostou sim, e você sabe. Ainda que não tenha mostrado muito apego, porque não é mesmo o feitio dela. E esse você sabe que não é convencional. Até porque, à primeira vista, você a achou estranha e curiosa. Impressão que foi confirmada mais tarde, também. Mas não sabe que as madrugadas longas coitaram feridas, e que as brincadeiras não deixaram que viessem as cicatrizes. Não sabe que um dos melhores momentos dela foi um violão tocado do outro lado da tela do computador, via Skype. Não sabe o quanto foi bom pra ela ser lida, por quem quis ler. Não sabe que ela deitou a paz dela no seu colo, mesmo sem querer. Não sabe o tanto que ela te quis bem, porque foi só bem que você fez pra ela.
Só que a gente confia demais no tempo e esquece que qualquer meia verdade é sempre uma mentira inteira. Um dia, você juntou suas notas e foi embora, como que por maldade, e a fez desafinar. Ela demorou pra achar novamente o tom e nem gosta mais dessa música, parece que não tem poesia suficiente pro coração dela. Por isso ela fica querendo saber de você, onde você guardou o verso que falta; porque não recita, não canta, não o grita ou o fala em voz alta. Porque pra ela faz falta. O verso e você. Juro que muitas vezes o vi, cantando baixinho, relendo cada estrofe, procurando as palavras que encaixam. Porque, por vezes, achou que ela mesma tinha pulado uma linha, perdendo-se por conta própria, por culpa própria, em algum detalhe em que não prestou atenção. Claro que em vão. O verso ausente você escondeu e não quis devolver. Ela até tentou consertar ou reescrever, mas em algum momento a caneta falhou. Juro que ela tentou até falar, mas aí o que falhou foi a voz. Procurou em Vinícius, Chico, Caetano e Engenheiros. Clarice, Caio e Gabito. Qualquer um que já tivesse dito o que ela tinha vontade de dizer, mas ninguém nunca disse. Nem mesmo chegaram perto.
Por muito tempo ela buscou palavras que te contassem a história que ficou pela metade. Essa meia verdade que ficou pelo caminho. Achar palavras simples, que possam tocar. Mas não sabe se existem. E nem sei se ela quer mesmo escrever. Acho que tem tudinho na cabeça, pra te cantar um dia. Pra pegar o verso de volta e voltar a escrever - sem finais por enquanto, nem tristes, nem felizes. Adora reticências, essa menina. A beleza, o toque, ela deixa pro abraço, na esperança de que você perceba, entenda, sinta. E permita.
Dia desses, ela foi falar com você, como nos velhos tempos. Numa conversa besta, em que você provavelmente não estava prestando atenção, ela disse que seu signo não combina com o dela. Como se ela não soubesse a sua resposta. "Bobagem. Eu não acredito em influências cósmicas". Bem, nesse caso, ela também não.
PS.: a música do título, nem preciso dizer que me lembra você. Tbm pq tem tudo a ver... Com o que aconteceu. (24/07/2012)

Depois de ler essa carta, o passado me veio à tona. Lembrei que, provavelmente fiz muitas cagadas em minha vida. Lembrei de muitas escolhas "malfeitas, feitas"... De muitas palavras que não precisavam serem ditas... De muitas coisas que poderia ter feito, e não fiz...

Mas lembrei de que um dia, vivi uma história legal. História, esta, que me fez ser quem sou, quando o assunto é a palavra escrita. E lembrei que sinto saudade.

Acho que não fiz certo em dizer as últimas coisas que disse à essa pessoa, mas foi o que eu tive vontade de dizer... 

Acho que usei reticências demais neste texto... Bem, velhos hábitos sempre voltam. 

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Clarice, elas e tantas outras

Está sendo mais um dia comum, apesar de ser um com menos serviço que o de costume. E isso é bom. Pena que a mente fica alarmada "não está correto, isso não está. Onde está o serviço? Já está chegando... Não abaixe a guarda" - pois bem, a mente não desliga. Não dorme muito também.

Como sempre, o serviço dá uma trégua e vou logo no Twitter, dar uma conferida nas notícias. NFL já começou, o Cruzeiro perdeu, a poeira na política abaixou e o trânsito da capital continua engarrafado naqueles mesmos lugares.

Dentre tantos links, me aparece um da Folha de São Paulo, redirecionando à Coluna que o Gregório Duvivier ministra. 

O Gregório todo mundo conhece, não é? Aquele engraçado, criador do Porta dos Fundos. Uma figura e tanto. Pois bem, como ia falando, nesta segunda-feira ele escreve em sua Coluna "Desculpe o transtorno, preciso falar de Clarice".

Em síntese, ele escreve uma declaração para a Clarice Falcão. Aquela, que é engraçada também, e canta com preguiça, igual muita gente ultimamente. Por falar nisso, acho engraçado a moda de cantar com preguiça: e não gosto.

Lendo o texto, me veio à cabeça, das Clarices que habitam nosso mundo. 

As vezes, você não viajou o mundo com uma, mas passou aquele carnaval mais ou menos, numa cidade pequena, mas que foi legal: Clarice estava lá... Não dançava jazz, mas um forró bonito e modesto, do qual, as vezes, nem deu tempo de compartilhar uns paços errados. As vezes nunca houve oportunidade de ver algum filme, ou ela simplesmente não queria, talvez Clarice nunca existiu.

Mesmo assim, é bom ver que alguém vê a Clarice assim, desta forma. No fim, o Duvivier relata o seguinte:

"Essa semana, pela primeira vez, vi o filme que a gente fez juntos - não por acaso uma história de amor. Achei que fosse chorar tudo de novo. E o que me deu foi uma felicidade muito profunda de ter vivido um grande amor na vida. E de ter esse amor documentado num filme - e em tantos vídeos, músicas e crônicas. Não falta nada."

"Não falta nada" - Achei bonito e queria compartilhar estes pensamentos. Eu entendi essa expressão do Duvivier como outra que, não lembrando ao certo a autoria, dizia que se uma pessoa realmente ama a outra, não busca prendê-la a si, mas sim a deixa-la livre para fazer suas escolhas.

Livre e espontânea vontade de estar com outra pessoa, ou não estar. Sentir a felicidade de ver a pessoa bem, independentemente dela estar ou não ao seu lado.

Pois bem, não sei escrever textos muito bem, muito menos finaliza-los. O que queria mesmo era falar sobre Clarice.

No mais, uma boa tarde.

Att. João Ninguém

domingo, 19 de junho de 2016

Dona Elena

Então, foi mais um daqueles finais de semana bastante agradáveis. Na verdade, foi um sábado, onde reencontrei bastante amigos.
Nos meus últimos períodos da faculdade, tive a oportunidade de ser extensionista num projeto chamado PUC Mais Idade. Alunos extensionistas de vários cursos trabalhavam com as turmas de idosos atividades referente ao seu respectivo curso. Depois de tudo, vi que foi a melhor coisa que fiz em minha graduação.
Pois bem, formei e não mais participo do projeto de extensão, mas ele continua. E neste sábado foi a festa junina onde todos, a professora coordenadora do projeto, os extensionistas e os alunos - aqui utilizo a palavra aluno para qualificar os idosos do projeto, pois eram os mais jovens ali, cheios de vivacidade, de vontade de aprender e de interagir. Então, continuando... Estava eu lá, a convite de todos, para participar da festa.
Na época do projeto, houve mobilização para criar um coral. Foi uma coisa simples, voz e violão, ensaiamos muito para apresentar as canções e era algo bonito de se ver. Ao sair do projeto, passei a responsabilidade para outro aluno. Este sábado foi a primeira vez que vi eles apresentarem sendo regidos e fiquei bastante feliz. O coral está sensacional, esta mais organizado que antes e estão felizes. Fui convidado para tocar junto, de surpresa, pela professora coordenadora do projeto. Não pude recusar, ter aquela sensação inexplicável de estar com eles. 
Toquei Casinha Branca e Tocando em Frente, e o coral acompanhou bastante. Não esqueceram das músicas, foi como se tivéssemos ensaiados uma semana antes. 
Até quadrilha dancei, daquela forma avacalhada de ser e de viver (risos)!
Pois bem, a tarde divertida já terminara, mas não pra mim. Neste dia, tive de ir para Belo Horizonte. Acabei dando carona para Dona Elena, uma das alunas do projeto. Esqueci de falar, a festa junina foi em Esmeraldas. 
No trajeto, conversamos bastante. Foi nesta oportunidade que Dona Elena me contou sua história de vida, e simplesmente foi fantástica. A história dela é digna de um livro, um best-seller.
Me contou da vida dela em Ponte Nova, de como conheceu seu falecido marido, de sua vida com ele, dos filhos... Nisso, ela me disse que quando me viu tocar pela primeira vez o violão, na época que eu participava do projeto, disse que eu a fiz lembrar de seu marido.
Segundo ela, ele era autodidata, tocava vários instrumentos musicais. Diz Dona Elena que eu tocara igual ele, do mesmo jeito de pegar o violão, da mesma forma de marcar o compasso com o pé... Hoje de manhã até toquei um violão pensando nisso. 
Fiquei bastante honrado em ser comparado ao falecido marido dela, ela fala dele com tanto amor e carinho, da saudade que sente dele, de suas últimas palavras pra ela, escritas numa carta... Sim, foi uma história bastante comovente, muito bonita.
O trajeto estava no fim, estacionei o carro num posto de gasolina, quase em frente da UFMG, esperando uma das filhas de Dona Elena chegar para buscá-la. Antes de partir, ela me mostrou um recorte de jornal de Ponte Nova, na qual ela não conseguira ler pra mim sem engasgar algumas lágrimas. Neste recorte, em plastificado, ela me mostra uma mensagem aos amigos de Ponte Nova de gratidão para com todos, na época do falecimento de seu marido.
De antemão, peço desculpas à Dona Elena, mas deixarei aqui a foto deste recorte. É uma forma de não deixar esquecido algo tão importante.



quarta-feira, 1 de junho de 2016

Eu e o basquete

Cá estou para falar sobre... Ah, vai saber o que, né? Hoje é sobre basquete!

A NBA está num momento decisivo, e não demora a começar a final nacional, entre o campeão da Conferência Oeste (Golden State Warriors) e o campeão da Conferência Leste (Cleveland Cavaliers). Vai ser um jogão, e estou torcendo pros Cavs.

Mas por qual motivo eu iria torcer pros Cavs? Ano passado não estava na torcida pela vitória dos Warriors na NBA?

Senta que lá vem a história... Essa história começa com o Futebol Americano. Sim, foi este esporte que meu primo Vivico me fez assistir e apreciar. É muito divertido e, como bom pupilo que sou, tornei-me torcedor do Buffalo Bills por influência dele. 

O Vivico sempre foi um grande fã de futebol americano e do basquete.

Ocorre que em 2015 eu, engajado no movimento estudantil da faculdade, resolvi incentivar alguns alunos a participarem como atletas na Atlética de meu curso. Como o campus em que os treinos ocorriam era em outra cidade, vizinha, acabei por me disponibilizar para levar alguns alunos junto comigo, no carro.

Como incentivo pessoal, resolvi treinar em algum esporte e, por incrível que pareça, nos meus 1,70 m de altura, me interessei pelo basquete. A galera era (e ainda é) legal, o ambiente é competitivo e sadio. Gostei e comecei a me entrosar.

Aconteceu em uma competição, na qual ficamos em segundo lugar, de ter um jogo da semifinal onde o time jogou de tal forma que me deixou bastante empolgado, foi uma sensação inexplicável.

Pois bem, voltando ao assunto, neste meio termo, conversando sobre basquete no grupo, acabo por começar a me interessar mais em assistir aos jogos da NBA e, como bom pupilo que sou (do meu primo Vivico), acabei escolhendo o Chicago Bulls como meu time.

Nunca vou esquecer o dia em que meu primo, lá na casa da tia Elza, contando das jogos que assistia quando mais novo, da empolgação em demonstrar a paixão pelo basquete, me mostrando um velho exemplar, edição limitada, todo em  inglês, falando da ontológica temporada 1995-1996 do Bulls, do recorde em vitórias na temporada regular (hoje batido pelo Warriors), e a conquista do título da NBA naquele ano. Isso sim me fez torcer ainda mais pro Bulls. 

Reconheço, Stephen Curry e Klay Thompson jogaram monstruosamente, e ajudaram o time a bater o recorde do Bulls (72 vitórias na temporada regular), nesta temporada 2015-2016, com 73 vitórias na temporada regular. Mas eu sou Bulls, e serei Bulls. Já bateram este, já ganharam o título da sua respectiva Conferência... Se ganharem a NBA, ai sim bateram o lendário time do Bulls, de Jordan, Rodman, Harper, Kerr e companhia.

Por falar nisso, Steve Kerr, que jogou no Bulls de 1995-96, hoje é o treinador do Golden State Warriors. Foi mau Kerr, obrigado por 95-96, mas o Bulls é maior que você (risos).

Então, nesta temporada, estou torcendo pros Cavs ganharem a NBA, para que o Warriors não complete uma temporada superior à do Bulls.

A título de curiosidade, e um dos fatos que me motivaram a publicar este texto hoje, foi uma curiosidade que meu primo Vivico me mandou no e-mail:

O que seria um "double-double" ou um "triple-double"? Ultrapassar mais de 10 pontos, tocos, rebotes, assistências ou roubadas de bola, em um jogo. Se ultrapassar 2 destes quesitos, é um doble, se ultrapassar três é um triple... Mas será que alguém já ultrapassou nos quatro quesitos? Na história da NBA, estas foram as 5 vezes que houve um quadruple-double.

  • 17/02/1994 – David Robinson (SPURS) – 34 pts, 10 rebotes, 10 assistências, 10 tocos;
  • 29/03/1990 – Hakeem Olajuwon (ROCKETS) – 18 pts, 16 rebotes, 10 assistências, 11 tocos;
  • 03/03/1990 – Hakeem Olajuwon (ROCKETS) – 29 pts, 18 rebotes, 10 assistências, 11 tocos;
  • 18/02/1986 – Alvin Robertson (SPURS) – 20 pts, 11 rebotes, 10 assistências, 10 roubadas;
  • 18/10/1974 – Nate Thurmond (BULLS) – 22 pts, 14 rebotes, 13 assistências, 12 tocos.


Foto da capa edição limitada  






quinta-feira, 19 de maio de 2016

De tantas andanças - nem tantas.
Acabo por viver,
e nesta vida: ver.

Não só ver,
sentir, observar
a vida: passar. 

Gosto de ser coadjuvante, de ver a vida fluir por outras pessoas. É interessante entender que não só a minha história corre no lapso temporal deste nosso mundo. A cada pessoa que se encontra na rua, uma história ambulante! É a vida, são as pessoas... É a vivência. 

E nessa, vivi uma história muito bacana. Secreta, porém bonita. Para tanto, escrevi Amores Garrafais 

Amores garrafais
Por duas semanas, ou mais
Amei incondicionalmente
Por dois dias, ou menos
Gostei de ti, morena
Da maciez, serenidade que nunca vi igual
Engarrafada em algum lugar,
Você poderia estar aqui
Mas este medo é recíproco demais
Infernal se faz meu peito
Tanto pra arder, de tal jeito
Que aliviado sorri
Soneto, sofri demais
E por duas semanas, ou mais
Te amei, sem dizer o adeus
Adeus, se quiser direi
Mas o que fazer, se nada mudou?
Sem rima, restou
Sem rima, estou
Sem rima estive...
Sempre estarei?
Quem rimará comigo, morena?
Castigo, ficou cravado em noites
Clandestinos, aqueles arranhões

quinta-feira, 12 de maio de 2016

Das conversas num beco

Sempre gostei de conversar... As vezes as pessoas não têm paciência de levar uma boa prosa por um longo período de tempo. Hoje em dia é tudo rápido, tudo instantâneo, e as relações pessoais também começam e terminam numa lógica de the flash.

"Bom mesmo é ter uma tarde pra jogar fora o tempo, bater papo furado"

Num desses momentos de conversar fiado, os diálogos são tantos, e criativos... Segue um trecho de um diálogo criado numa tarde/noite dessas.

- Lembra quando lhe falei da pequena cozinha? Aquele pequeno prato imperceptível… E ninguém o notara… Utilizado tão pouco… Mas naquela música ele foi maestro. Sem ele ali talvez, a ida não valeria à pena. - E você já ria, e eu já com a cara vermelha por causa do álcool… Sabia que eu sempre tinha algo inusitado a falar sobre o instrumental, mas ficara calada, assim como agora, só a observar a palestra subjetivamente professada por mim.
- Gosto de deixar você falar, pra aprender e entender. E com musica você parece criança, você brinca com cada palavra que diz sobre… Aí eu te observo… cantando junto com o musico que toca.

Das conversas num beco, saudades.

Att. João Ninguém